Escrever nunca foi, para mim, uma linha contínua. Uma linha muitas vezes interrompida por longos tempos de abstinência. Uma linha que, por vezes, renascia com grande intensidade e, quase sempre, coincidia com momentos menos felizes e de alguma solidão. Em todos os workshops frequentados e os livros que li sobre a temática, aprendi que se deve escrever todos os dia: a importância da CONSISTÊNCIA. E que, para aprimorar a escrita se deve ler muito, e de estilos diferentes. Em quase todos, a ideia que passa é de que a escrita, a boa, a que pode ser publicada, é um dom de algumas pessoas afortunadas, inacessível ao comum dos mortais. Contudo, mais recentemente, a leitura do livro «Como escrever» de Miguel Esteves Cardoso (MEC) veio abalar toda esta construção! Para o MEC todos podemos e devemos escrever, como se não houvesse amanhã. Ao referir-se às várias fases da escrita, começa por questionar de onde vem a ideia (a ocorrência), realçando a importância do VAZIO e do TÉDIO. É preciso o con...