Ausência
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Há seis meses que partiste, pai...
Logo pela manhã, a notícia chegou implacável, sem preparativos nem atenuantes...
Logo naquele dia em que contávamos encontrar-te melhor, depois do sono profundo do dia anterior…
Afinal, aquela ausência já era o início da tua viagem e nós não fomos capazes de ler os sinais. Estava tanto calor no quarto naquela tarde e não sabíamos que o teu silêncio, afinal, já era despedida e, por isso, não ficámos mais tempo. Desculpa, pai. Isso, porque fomos incapazes de ver para além do que os nossos olhos viam... Pensávamos nós que o teu tempo era ainda o nosso tempo...
Agora o que guardo é, sobretudo, a lembrança da noite em que cheguei a tempo de te ver, de falar contigo, de te levar à sala do RX para a radiografia... Ficaste feliz de me ver...Vi o teu rosto iluminar-se, pai... Estava, finalmente, ali, depois de todas aquelas horas de ansiedade...Ajudei a trocar a tua roupa pela do hospital. E estavas tão calmo, pai... Tão sereno...
Depois, despedi-me de ti com um beijinho de boa noite e a promessa da nossa visita no dia seguinte...
E ficaste assim, como se o filho fosses tu e eu a mãe que, na escuridão da noite, segura as tuas mãos para te sossegar dos sonhos mais agitados…
E ainda assim preferiste a lonjura das estrelas...
Setembro/2015
Logo pela manhã, a notícia chegou implacável, sem preparativos nem atenuantes...
Logo naquele dia em que contávamos encontrar-te melhor, depois do sono profundo do dia anterior…
Afinal, aquela ausência já era o início da tua viagem e nós não fomos capazes de ler os sinais. Estava tanto calor no quarto naquela tarde e não sabíamos que o teu silêncio, afinal, já era despedida e, por isso, não ficámos mais tempo. Desculpa, pai. Isso, porque fomos incapazes de ver para além do que os nossos olhos viam... Pensávamos nós que o teu tempo era ainda o nosso tempo...
Agora o que guardo é, sobretudo, a lembrança da noite em que cheguei a tempo de te ver, de falar contigo, de te levar à sala do RX para a radiografia... Ficaste feliz de me ver...Vi o teu rosto iluminar-se, pai... Estava, finalmente, ali, depois de todas aquelas horas de ansiedade...Ajudei a trocar a tua roupa pela do hospital. E estavas tão calmo, pai... Tão sereno...
Depois, despedi-me de ti com um beijinho de boa noite e a promessa da nossa visita no dia seguinte...
E ficaste assim, como se o filho fosses tu e eu a mãe que, na escuridão da noite, segura as tuas mãos para te sossegar dos sonhos mais agitados…
E ainda assim preferiste a lonjura das estrelas...
Setembro/2015

❤️❤️❤️🖤🖤🖤
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