Rio de palavras


As palavras correm apressadas

nas suas sílabas,

através das margens do poema.

 

Uma atrás da outra,

no fluxo acidentado

das entrelinhas.

 

Mantêm-se à tona,

apesar das represas

onde se precipitam,

antes de chegarem

ao mar da memória.

 

Levam, nas suas conchas fechadas,

o peso das pedras e as feridas abertas,

mas também a doçura das cerejas

aquecidas pelo sol.

 

Depois, desaguam, líquidas,

na planície da escrita,

à procura do sentido da vida,

na voz dos poetas.

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