Aurora
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A mistura de sons alegres dos pássaros dá profundidade à banda sonora original.
O caminho segue por entre pedras, fragas e penedos.
Arbustos vergam à passagem e sorriem, alegres, como se dissessem: Bom dia!
Ao longe, atrás do monte mais alto, espreitam, envergonhados, os primeiros raios de sol.
A neblina azul sobre o vale dissipa-se, pouco a pouco.
E, de repente, a vida explode nas suas cores e formas mais puras.
Faço zoom e dou o primeiro plano aos minúsculos seres que povoam o caminho: o carreiro de valentes formigas em hora de ponta. Carregam volumosos fardos, sem vacilar. Indiferentes aos humanos que, na sua desumanidade, se afastaram há muito da natureza.
Respiro fundo, fecho os olhos e, por momentos, guardo todas as imagens e sons dentro de mim.
É como se, por magia, o tempo parasse e ficasse impresso ali mesmo, naquela paisagem.
E eu, fóssil de mim mesma. Para sempre.
Amo a terra, as pedras, o cheiro das flores e das silvas, o trepidar dos sons, o fervilhar dos bichos que habitam as manhãs no campo.
Amo a vida que chega nos primeiros raios de sol e se derrama por montes e vales até ao infinito.
Amo a frescura efémera das primeiras gotas de orvalho.
Amo a imensidão de azul que vai além do primeiro olhar.

A escrita sai-lhe com uma naturalidade impressionante e a mais ternurenta e emotiva exposição de sentimentos. Sou sua fã ❤️
ResponderEliminarPatrícia Frederico.
Muito feliz por a ter tocado com as minhas palavras!
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