Pausa
Basta uma pausa  no frenesim dos dias que já não acrescentam. Uma caminhada até ao rio, permanecer ali de sentidos bem abertos. A sinfonia desenfreada dos pássaros, o calor dos primeiros raios de sol  que atravessam as nuvens para acariciar o rosto. O choro da água a correr, apressada,  inebriada pela abundância das últimas chuvas. Depois, repousar o olhar no verde  que inunda as margens e o coração. E  esperar pelos segredos  que o vento tem para me contar ao ouvido. Basta parar um pouco,  observar, calmamente, a vida a fervilhar. E, por fim, agradecer a beleza das coisas simples,  sob o espanto do primeiro olhar.